Sobre as águias...
As águias são o símbolo da
longevidade, cheias de beleza e mistérios elas sobrevoam nossas cabeças carregando
no peito aquele som alto e agudo, como o canto de uma fênix, penso eu.
Uma águia pode enxergar o seu alvo há
metros de altura. Quando mergulha, ela não hesita. Mergulha em direção ao seu
objetivo e não volta, não titubeia, ela
vai na certeza de seu êxito. E o consegue. Em seu bico carrega a sobrevivência
para mais um dia.
Reza uma lenda antiga que a águia ao
atingir seus 40 anos tem uma difícil escolha pela frente. Seu bico gasto, suas
unhas grandes e tortas, as penas grossas e pesadas, já não consegue mais manter
seus dias de glória então precisa decidir-se entre morrer ou enfrentar o
doloroso processo de renovação.
A águia procura a montanha mais alta
que encontrar, ali bate seu bico contra a rocha até ele cair para outro nascer;
e ao nascer de um novo bico, arranca uma por uma de suas unhas tortas para
outras novas nascerem; e quando estas nascem, arranca suas penas velhas e
pesadas para que penas novas também surjam em seu corpo.
Um sofrimento imenso a consome, mas
as águias suportam corajosamente a dor do processo, sem hesitar, sem titubear, ela vai na certeza de seu êxito. E uma
nova águia surge para viver por estas terras por mais trinta anos...
Hoje, ainda não sou a águia esbelta que sobrevoa o horizonte.
Sou a águia na rocha fechando os olhos diante o sofrimento da renovação,
Sou a águia que tenta alcançar o fôlego para continuar, para não
desistir.
Porque no fundo da minha alma, eu sou a águia que acredita na certeza da
minha vitória. Eu sou águia que abandona o corpo velho na esperança do novo que
virá.
E sei, mesmo durante a dor por ora moradora de mim, que serei a águia
esbelta que sobrevoa o horizonte, mergulhando para os meus sonhos.
Comentários
Postar um comentário