Sobre a cerca...
Era uma vez uma cerca antiga e manchada, onde nela o Sol sempre iluminava antes de se pôr no horizonte. Uma flor vermelha fora deixada sobre a cerca, e vi um cavalo meio manco, meio desajeitado contemplando tristemente a linda flor que repousava sobre a madeira já gasta. Dizem pelas redondezas sobre o quanto o cavalo era solitário e rude, a ninguém deixava se aproximar. Possuía cicatrizes das mais difíceis de curar: são aquelas que flagelam o coração. Todos desconheciam a razão do nobre domador de cavalos o ter comprado, dado o desprezo do animal pelo bicho homem, mas ali estava ele com sua solidão e dor. Mas a vida o fez aproximar-se de uma menina. Uma menina que aos poucos foi aquecendo seu coração selvagem, adoçando os dias naquele pasto com seus pequenos torrões de açúcar nas mãos delicadas. E todos os finais de tarde eu assistia o encontro dos dois, vinha aquele cavalo manco e desajeitado e de bom grado aceitava a pequena recompensa da menina que sorria para ele. Tant