LibélulaFly

Eu sou pescador de mim. Eu que acordo todas as manhãs, Eu que lavo o meu rosto e encaro mais um dia. Eu sou pescador de mim. Eu que carrego no peito a vara da coragem, ajeitando o anzol das tentativas, E tento, Tento mais uma vez, Alçar os meus sonhos. Mas aquilo que quero é como peixe astuto e veloz, Ganha velocidade ao menor sinal da minha presença, E se distancia de mim. Mas eu sou pescador de mim. Eu que mesmo assim não desisto, Eu que acordo todas as manhãs e lavo o rosto, Carregando no peito a vara da coragem, Eu que tento, e tento mais uma vez. Eu que não desisto, Eu que vou até o fim, porque eu sou pescador de mim.

Todos amam um poeta, todos admiram um autor de histórias. É fascinante e mágico mergulhar no mundo das palavras, as letras e os enredos únicos que podemos conceber com elas. Muitos aprender a “nadar” nos mares de livros para escapar da realidade em que vivem, viajam com os pés no chão. Mas eu acredito mesmo que o momento mais bonito, ou a “captura” mais significativa para um escritor é quando ele consegue criar uma ponte entre as palavras e a realidade. Quando alguém que sequer nos conhece é capaz de nos ler por completo e traduzir os sentimentos que guardamos a sete chaves em frases e parágrafos. Um livro talvez... uma bela história, ou nem tanto... Uma palavra ou uma frase tem o poder de te segurar diante de uma difícil travessia, te sustentar até encontrar um porto seguro. Saber que alguém em algum lugar desse mundo tão vasto foi capaz de entender você, corajoso o suficiente para mergulhar nessa bagunça que é sua vida, e te mostrar um consolo, uma alternativa.

Costumava ser uma casa, um lar sobre as colinas verdes. Mas o tempo passou, e levou com ele os momentos que um dia foram reais, e agora são apenas memórias.  Memórias de uma família, memórias de alegrias como memórias de horas difíceis. Enquanto passo minhas mãos pelas paredes sujas e desgastadas; o soalho velho, ruído de traças, então eu busco na minha mente as histórias, os rostos dos que ali viviam, e sonhavam.   O rosto da minha família... Costumava ser uma casa, mas agora são ruínas, ruínas sobre as colinas verdes. Costumava ser a minha casa...  Naqueles anos, eu era moço. Sequer pensava na vida, muito menos na morte. O tempo passou, agora sou velho, e já penso na vida e na morte. O dia em que serei como esta casa: uma lembrança vaga na história de minha vida. Ainda consigo sentir o cheiro do café quente feito por minha mãe, do som que a cadeira de balanço fazia no soalho quando meu pai sentava para ler o jornal da manhã, do cheiro do fumo que saia de seu cach

As águias são o símbolo da longevidade, cheias de beleza e mistérios elas sobrevoam nossas cabeças carregando no peito aquele som alto e agudo, como o canto de uma fênix, penso eu. Uma águia pode enxergar o seu alvo há metros de altura. Quando mergulha, ela não hesita. Mergulha em direção ao seu objetivo e não volta, não titubeia, ela vai na certeza de seu êxito . E o consegue. Em seu bico carrega a sobrevivência para mais um dia. Reza uma lenda antiga que a águia ao atingir seus 40 anos tem uma difícil escolha pela frente. Seu bico gasto, suas unhas grandes e tortas, as penas grossas e pesadas, já não consegue mais manter seus dias de glória então precisa decidir-se entre morrer ou enfrentar o doloroso processo de renovação. A águia procura a montanha mais alta que encontrar, ali bate seu bico contra a rocha até ele cair para outro nascer; e ao nascer de um novo bico, arranca uma por uma de suas unhas tortas para outras novas nascerem; e quando estas nascem, arranca suas

Você está em uma arena, uma arena com muitas pessoas em volta. Algumas torcendo por você, outras na torcida contra. Você está cansado, o semblante suado,   e ferido também. Ferido pelo tempo recheado de tentativas frustradas, recheado de portas fechadas,   mas ainda assim você está ali diante do seu alvo. Mesmo cansado você está de pé, olhando para aquele sonho tão amado, tão esperado. Há tantos a sua volta esperando sua vitória, ou a sua derrota. E então, há minutos de tentar mais uma vez, talvez a ultima vez, pois seus pés marcados reclamam repouso, Sua testa já ferida e marcada, Uma doce voz te alcança, te embala, E ao fechar os olhos você consegue escutá-la, E na quietude daqueles minutos próximos do final, Ou de um novo começo, ela diz: Eu te amo, meu filho. Talvez você consiga, ou talvez precise tentar mais uma vez, Porém no peito bate a esperança, De persistir e jamais, sequer ousar desistir.

Eu precisei do tropeço Para descobrir que corria, Quando deveria apenas caminhar. Parei. Respirei fundo. E voltei a caminhar, passos a passos, Nessa estrada tão conhecida, tão antiga. Sabia, por certo, e ainda sei, Que chegaria naquela linha por ora longínqua. A chegada bela e esperada. Do tempo aprendi que a via pedregosa era filha minha, Construída de mim, E que precisava transformá-la com meu suor e lágrimas, Um caminho florido, um caminho de luz.

Deus está nos detalhes... Deus está na luz do Sol que toca na sua pele assim que acorda e abre a janela, Ele está no café quente que toma ao lado da pessoa que você ama. Deus está no ar que balança os seus cabelos assim que sair de casa, e até desalinha numa brincadeira de criança. Deus está nos detalhes... Deus está no abraço que recebe de um amigo querido de longa data, na voz da sua mãe ou do seu pai quando telefona exigindo explicações porque você passou um dia sem dar nenhuma noticia. Deus está no aconchego de um olhar amoroso de quem você ama, está inclusive na face das pessoas que não nos damos bem, para nos ensinar o respeito e a paciência com as diferenças. Mas onde está Deus quando o mal nos atinge? Onde está Deus quando a dor bate na nossa porta sem aviso? Deus está nos detalhes... Deus está dentro de você, na força esmagadora que surge para se levantar, para não desistir. Deus está na voz que te diz para continuar, de que não estais sozinho. E

O que dizer de você? O que dizer de você com esse jeito tão sério. Alguém que não abre mão de um mistério. O que dizer de você que parece sempre estar por perto, Mas prefere correr sozinho em sua moto, Do que deixar me aproximar. Corredor solitário, Alguém que esconde suas ideias por de trás de um capacete e casaco preto. Talvez as estradas saibam mais de você do que eu. Do que a maioria O que dizer da vontade que eu tenho de chegar mais perto, Me aproximar. Subir na garupa da sua moto e deixar você me levar? Talvez hajam mais estradas amigas que desconhecemos. O que dizer da vontade que eu tenho de chegar mais perto...

Te desejo a benção de um novo dia Te desejo paz, te desejo alegria, Te desejo a harmonia para recomeçar E se ainda houver dias de ventania, Pois sempre tem, Te desejo força e companhia Durante a travessia do vendaval. Te desejo graça, te desejo cheiro de livro novo, Ou cheiro de maresia, Se você assim como eu, é amante do mar. Daquele perfume de água salgada Que nos invade sem perguntar. Te desejo coragem e uma fé absurdamente grande Nesse temporal que vem por aí Para que você não desista nunca de ser feliz

É final de tarde, e parei um pouco de frente a praia antes de ir para casa. Tirei o paletó, arregacei as mangas da camisa e tirei os sapatos. Na praia algumas pessoas caminham, outras correm, há crianças brincando na água. Me sento na areia e olho para o Sol já se pondo no horizonte, a água do mar parece abraçá-lo com carinho após um dia de trabalho. “Talvez até o Sol precise de um abraço no final do dia...” , pensei comigo mesmo. “O mundo hoje parece uma pintura borrada. Não sabemos o início, muito menos o fim. As certezas são confusas, a justiça antes cega aprendeu a abrir os olhos e escolher os seus, e os que desejam amar com o coração são vistos como tolos, sem razão. “A liberdade não olha mais para os lados, não respeita mais os bens alheios. A liberdade corre em alta velocidade no seu carro de luxo, aprisiona os honestos e solta os viciados no poder e na luxúria.” O vento passa por mim enquanto me perco nos meus pensamentos, balançando meus cabelos e sinto o cheio

Que para cada porta fechada, haja uma janela aberta. Que para cada dia nublado,  frestas de luz do Sol aqueçam e iluminem o seu caminho. Que para cada cansaço,  um lugar para descansar alguns minutos e retornar a lutas do dia-dia. E para cada fim de dia, um lindo pôr-do-sol.

            Era uma vez uma grande pedra que estava na entrada de um vilarejo. Desde que o mundo é mundo, e desde o nascimento do pequeno povoado, aquela imensa pedra sempre estivera ali. Muitos viajantes e moradores passavam por ela; alguns descansavam, outros se escondiam de ladrões, mas ninguém reparava realmente ou dava a devida importância.             Certo dia, um rico artista mandou que seus homens retirassem a imensa rocha e a levassem para o seu estúdio; as pessoas não conseguiram entender a razão de tal intento do “excêntrico” artista para reparar e perder o seu tempo com uma pedra qualquer, mas o homem não se importou.             Em seu estúdio, ele pegou suas ferramentas e começou a bater naquela pedra, retirando as lascas que saíam ou limpando a poeira em torno. Os dias tornaram-se semanas, as semanas em meses e tudo o que as pessoas ouviam eram apenas os ruídos das ferramentas sobre a pedra. Ninguém conseguia descobrir no que o artista trabalhava. Até que um