Postagens

Mostrando postagens de abril, 2020

Sobre o soldado e a vela...

Imagem
Quando te pedi descanso, me mostras-te um deserto a caminhar. Ao sentir-me cansado, eras a Minha Sombra. Mas continuavas a me conduzir pelas dunas daquele deserto de desafios. Quando te interrogavas com barulho, Me respondias com silencio. Talvez, penso agora, estavas me convidando a silenciar a minha mente e aprender a ouvir. Aprender a ouvir a Tua resposta. Achei inúmeras vezes que já era hora de sorrir, porém, me ensinaste a chorar. E nos momentos em que estava prestes a chorar, me arrancastes um sorriso largo de mim. Ao pedir um Sim, me respondias com Não. E quando esperava de Ti um Não, entregavas em minhas mãos um Sim. Quando me achava fraco, Tu me enxergava como forte. Quando tinha medo e queria fugir, me conduzias a minha fonte de medo para enfrenta-lo. Eu me via como um medroso, mas Tu me enxergavas como um soldado. O Teu soldado. Embora não te veja, sei que estais aqui. E penso que tua morada é na contradição, e na surpresa. Porque a belez

Castelo interior

Imagem
Tudo existe no aqui e agora, mas num piscar de olhos O que antes era real se esvai, Escapa por entre os dedos. Pois tudo muda, muda, e muda novamente. E aprendemos duramente que nada é para sempre. Sonhos, pessoas, paisagens e circunstâncias vem ao nosso encontro com data de validade. Porque a vida é passageira do tempo, embora nos apeguemos inutilmente na vã ideia de que temos o controle. Controle de que? Se nem o dia de morrer sabemos. Controle sobre o que? Se quem amamos pode beijar a nossa face hoje, e amanhã nos entregar apenas as lembranças do que agora é passado. Corremos tanto para conquistar o mundo, e somos agora obrigados a conquistar a nós mesmos. Reconstruir nosso castelo interior abandonado. Nossa única certeza é que não há certezas. Olho o céu limpo e puro, e penso em Deus. Respiro o ar da noite, e penso em Deus. Não há palavras entre nós dois, apenas penso em Deus. Eu sei que Ele ouve, Ele sempre ouve. O que seremos quando terminamos de