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Mostrando postagens de fevereiro, 2014

Acasos?

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Os dois estão convencidos de que foi um sentimento súbito que os juntou. É bela uma certeza como essa, mas é mais bela a incerteza.  Acham que por não se terem conhecido antes nunca houve nada entre eles. E o que diriam as ruas, escadas, corredores, onde há muito podiam se cruzar?  Queria perguntar-lhes se não lembram  –  na porta giratória talvez um dia cara a cara? em meio à multidão um “com licença”? no telefone a voz “engano”?  –  mas conheço sua resposta. Não, não se lembram.  Ficariam surpreendidos de saber que já faz tempo o acaso brincava com eles. Não preparado ainda a transformar-se para eles num destino, aproximava-os e os afastava, cortava-lhes o caminho e, abafando a gargalhada, saltava para o lado. [...] E o livro da vida sempre aberto no meio.  [Wislawa Szimborska, Nobel de literatura em 1996] 

Sobre a morte...

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Para onde vamos quando fechamos os olhos pela última vez? Onde ficam todas as nossas histórias? Histórias conhecidas por uns, desconhecidas por outros. Será que existe um livro em algum lugar do Universo onde ela está escrita? E se assim for, como será a minha vida? Como está sendo a sua vida? ♪ ♫ Você acredita, no dia que você nasceu Me diga, você acredita? Você sabe, que todo dia é o primeiro dia do resto da sua vida ♪ ♫ Da última vez que vi alguém dormindo o “sono dos justos”, fiquei me perguntando isso. Fiquei me perguntando como foi o seu nascimento, como estava o tempo no dia que dera o seu primeiro beijo, e qual a sua emoção quando teve o primeiro filho; o que fez quando tinha medo, seus sonhos, suas frustrações. Há pessoas que não acreditam na vida após a morte. Eu penso que existem momentos que são tão especiais, e eles não precisam ser grandiosos, às vezes são coisas tão bobas, mas que tocam o meu coração igual a tatuagem. Pra mim é cruel im

Chuva

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Ela olhava pela janela do seu quarto. As imagens estavam disformes por causa do vidro embaçado, mas ainda podia-se ver o verde das árvore e o preto do asfalto. Era estranho estar assim; era estranho sentir falta de algo- ou alguém, desconhecido. Qual a razão de tudo isso? Qual a razão de toda essa espera? Abriu um pouco a janela e deixou o ar frio entrar, trazendo consigo o cheiro da terra molhada e o som das gotas que caíam sobre o chão, sobre as árvores, sobre tudo. Uma gota caiu em seus lábios. Essa gota podia ser você. Sei lá, acho que acordei um pouco poética hoje. "Beije a chuva Sempre que você precisar de mim Beije a chuva Sempre que eu estiver muito longe Se seus lábios se sentem solitários e com sede Beije a chuva