MONTANHAS


O mar parecia abrir os braços para acolher o grande sol que ia a sua direção, era uma combinação perfeita de azul com mechas de laranja fogo. O jovem aprendiz observava o espetáculo ao lado de seu velho mestre. Porém, embora para muitos fosse uma bela tarde, para o jovem tratava-se de um dia angustiante.
“É possível as coisas darem certo e errado no mesmo dia?”, pensava o menino. “Eu estava tão confiante quando acordei, mas parece que a vida tratou de me punir bruscamente por um simples erro que cometi.”
“Não se preocupe.”, respondeu o mestre como se estivesse lendo os pensamentos do jovem. “Haverão outras oportunidades, você ainda é muito jovem. Tenha fé.”
“Mas ás vezes cansa, mestre. É cansativo acreditar todos os dias.”
O mestre passou alguns instantes em silencio, contemplando apenas os morros ao leste da praia.
“Talvez seja por isso mesmo...”
“O que mestre?”
“Que as montanhas não se movem. Porque nós ainda não aprendemos a ter fé o suficiente para movê-las.”

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